Existem pessoas que nasceram para estar sempre em movimento e, em movimento, melhorar outras vidas. Bernardo Fernandes Lopes, médico veterinário de 38 anos e fundador da Univet, é uma dessas pessoas. Nascido em Brasília, no Distrito Federal, morando em Vitória, no Espírito Santo, fazendo intercâmbio universitário nos Estados Unidos, e sonhando em viajar o mundo, ele se dedica aos animais que estão ao alcance do seu radar.
A vocação de cuidar veio com Kitty, cadela que fez parte da família de Bernardo na primeira infância do médico. Portadora de doença crônica, foi levada inúmeras vezes a muitos veterinários, que não conseguiam ajudá-la de maneira efetiva. “Hoje, acredito que, com meu conhecimento técnico atual, poderia diagnosticar Kitty”, diz Bernardo. Se ao menos pudéssemos voltar no tempo…
Como ir para trás é impossível, caminhar em frente é a única opção que resta. E foi justamente isso que Bernardo fez. A lembrança da experiência com Kitty o direcionou para a carreira veterinária e a consequente fundação do hospital veterinário Univet, que, hoje, tem mais de dez anos.
A carreira promissora começou bem cedo: aos 16 anos, Bernardo passou no vestibular antes mesmo de concluir o ensino médio, no começo do segundo ano. Entrou na justiça para poder fazer um supletivo e conseguir entrar na faculdade, ainda com 17 anos. Era o curso que ele gostava, na faculdade que ele queria, e carregava a oportunidade de desvendar o lado médico do cuidado veterinário. Seu amor pelos animais foi crucial, mas o caminho que trilhou na academia foi pavimentado pela curiosidade técnica e pela possibilidade de trabalhar com a saúde, ainda na adolescência.
Desde que se formou, Bernardo viu que gostava mais da área de cirurgia. Por isso, buscou uma pós-graduação na área, bem como um mestrado na mesma área, na Universidade Federal do Espírito Santo.
Quem entra em movimento com gana, como ele fez, não demora muito para ser picado pelo empreendedorismo, um bichinho que, quando morde, traz o comichão de sair da zona de conforto. Bernardo praticamente saiu da faculdade rumo à montagem do próprio consultório, que teria seus princípios e onde ele poderia deixar a sua marca de cuidado e preocupação em sempre dar o seu melhor.
Hoje, o jovem veterinário é um visionário de seu mercado. Conhece a área pet, entende suas dificuldades, desfruta das oportunidades e percebe quando e como dar o próximo passo. Não à toa, abriu, recém-formado, o maior pet shop de Vitória, na mesma época em que iniciou a clínica com uma das melhores infraestruturas de atendimento da cidade.
Ter bondade é ter coragem
Ter só 38 anos e já ter feito tanta coisa ainda não é o suficiente para Bernardo. A aventura de viver o mundo pet de perto está só começando. Bernardo ainda tem muito conhecimento a construir, e afeto a distribuir a tantos outros bichinhos que, como sua amiga Kitty, precisam de atenção veterinária e precisão médica para maior qualidade de vida.
“Acho que sempre fui inovador”, conta Bernardo. Seu primeiro empreendimento, a clínica com pet shop, foi o maior da sua região à época. “Mercadologicamente falando, é uma boa aposta, pois o PIB da área pet é crescente no país. E, pelo lado humano, também é muito bom, pois esse crescimento significa que as pessoas amam os animais”.
Seu principal objetivo, hoje, é continuar ver o hospital veterinário crescendo. Trata-se de um negócio bem estruturado, com equipe especializada, aparelhos de ponta e ambiente acolhedor, tanto para os pets quanto para os tutores. O trabalho é tanto, e tão intenso, que, às vezes, humanos e animais têm os nomes confundidos por Bernardo, situação que, com o bom humor do médico, não vira saia justa. O esforço é real, mas o cansaço não deixa que o veterinário esmoreça. As dificuldades são ossos de um ofício que, graças ao empenho desse jovem brasiliense, não são tão difíceis de roer.
O hospital Univet é, hoje, uma empresa de referência, justamente por essas características, mas ainda tem muito mais a conquistar. A ideia de Bernardo é continuar vencendo as questões tributárias e burocráticas, que são trabalhosas e travam a evolução do negócio, para seguir em frente.
E, depois de tanto, fica a pergunta: há algum segredo para alcançar tantos objetivos em tão pouco tempo? Para Bernardo, ninguém caminha sem se atualizar sempre. Sem saber o que fazer e individualizar o tratamento do paciente.
O jovem veterinário não é adepto a seguir receitinhas de bolo. Cada queixa é uma queixa, e o olhar do veterinário, para Bernardo, também deve ser único e personalizado. É assim que os passos dados vão levar ao caminho certo.
Por isso, um de seus objetivos ainda por realizar é fazer mais especializações do outro lado do oceano: a vontade de Bernardo é estudar na Europa, se capacitar ainda mais, não só na parte técnica, mas também na pessoal, vivenciando outras culturas do mundo pet.
Bernardo Lopes, UNIVET – Espírito Santo (ES)
Para muitos donos de clínicas, acalentar sonhos assim é quase impossível. Como passar tantos dias assim longe do trabalho? Como ter controle e segurança sobre o empreendimento a milhas de distância?
Graças à equipe montada e aos sistemas de automação que adotou para gerir o hospital, se distanciar tanto assim é possível, principalmente se a razão for a melhora de seus processos. Afinal, Bernardo aprendeu a administrar com mais efetividade ao descomplicar processos com soluções inovadoras, principalmente com a automatização em softwares como o da SimplesVet.
Desde que montou a Univet, a preocupação de informatizar sua estrutura e manter os dados restritos sempre lhe pareceu um passo na direção certa. O problema era achar um sistema que desse conta do recado e trouxesse tranquilidade ao veterinário, que também tem um lado aventureiro.
Por conta da organização do empreendimento, ele pode, hoje, fazer mais outras coisas das quais gosta, como viajar, andar de skate e tocar violão na praia. Só é possível fazer isso tudo se alguém cuidar do negócio com o carinho, a organização e a afinidade com que ele cuida dos animais. “E a SimplesVet é isso: simples. Já utilizamos o sistema há dois anos e, pelo andar da carruagem, vamos utilizar por muito mais”.
“Faz um bem danado para a saúde ter um animal em casa”, diz o jovem empreendedor que, um dia, lá atrás, se preocupou com a vida da Kitty e viu nascer, desse amor, a vocação veterinária.
Bernardo Lopes, UNIVET – Espírito Santo (ES)
Sempre em frente, não temos tempo a perder
Além de ter uma empresa perene, que personaliza os atendimentos e que cuida da vida animal com afinco e profundo conhecimento, Bernardo também espera que o futuro reserve aos veterinários, tutores e pets uma atenção maior do poder público.
Para Bernardo, o governo precisa ter uma atuação melhor nessas questões, inclusive para favorecer a adoção de animais de rua por famílias que contam com orçamento apertado. “É fundamental ter hospitais veterinários públicos para prestar o serviço para tutores carentes e animais de rua, desde os cuidados preventivos, passando pelas vacinas e indo até os tratamentos”, alerta.
Ao perguntarmos ao médico veterinário de 38 anos o que o move, ele diz que é o desejo de ter uma empresa sólida, aliado ao amor que, desde pequeno, sente pelos animais. Mesmo tendo uma entrada precoce na área da saúde, Bernardo sempre focou em empreender nos cuidados de seres que são dependentes dos cuidados humanos, mas que têm inteligência emocional e trazem carinho e alegria pra gente.
A boa notícia? Tantos e tantos passos depois de conhecer o bichinho de estimação que mudou sua vida, Bernardo não dá nenhum sinal de que vai parar tão cedo.