História de sucesso

Diogo Giulito

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Pet Carioca | RJ

Um dia, recebemos o seguinte e-mail aqui na SimplesVet:

“Olá, SimplesVet!

Trabalho na parte administrativa da PET Carioca, que utiliza a SimplesVet como sistema de controle e organização do negócio. Entretanto, meu contato não visa o sistema em si, mas contar uma história de sucesso. Além de dar apoio à parte financeira e administrativa da empresa, também sou mãe orgulhosa do Diogo Giulito, médico veterinário, empreendedor e idealizador dessa empresa”.

Foi através desse relato da Sandra Giulito que conhecemos a história do Diogo e comprovamos que essa é uma narrativa a ser ouvida – e a se contar. A carreira do veterinário é bem diferente do padrão que estamos acostumados a encontrar, pois não só seu amor pelos animais foi despertado logo cedo como, também, sua veia empreendedora.

Ele cresceu em uma casa cheia de animais, característica comum à maior parte das histórias de veterinários. Tinha cão, gato e passarinho. Quando tinha 13 anos, um grande amigo lhe deu uma hamster, a quem Diogo deu o nome de Jujuba. Seria, então, o menor animal até então, o que ocuparia menos espaço, apenas uma gaiolinha.
 
Mas quem foi que disse que a vida segue roteiros lineares?
 
Logo no primeiro ano, Diogo colocou Jujuba para cruzar, o que resultou em uma ninhada de 13 filhotes. Ele ficou com todos. E gostou do assunto. Começou a criar hamsters, trabalhar sua reprodução, buscar cores, raças e espécies diferentes. Aí começou o empreendimento chamado Hamster House, que, mais tarde, também começou a desenvolver porquinhos da Índia, chinchilas e coelhos.
 
Dos 13 aos 23 anos, foi esse empreendimento que deu a Diogo o primeiro carro, a oportunidade de morar sozinho e pagou sua faculdade de medicina veterinária. Afinal, nesse ponto, ele já tinha aguçado o gosto por animais, que sempre teve, e pelo empreendedorismo. Quando viu que uma brincadeira se tornou uma fonte de renda, quis apostar todas as fichas em uma formação que lhe proporcionasse crescimento nessa área.

A vida acontece enquanto alguém faz planos

Diogo estava na reta final da faculdade quando a namorada, Carol, ficou grávida. Não era uma gravidez planejada. Ele morava no Rio e ela, em São Paulo. Como o namoro à distância não fazia parte dos planos da nova família, Diogo tomou a decisão de se mudar para São Paulo. O fim da Hamster House veio em meio ao cenário mais desafiador de sua vida: recém-formado, se mudando para outra cidade sem emprego e com a namorada grávida.
 
Começou a procurar oportunidades urgentes, não necessariamente na parte veterinária. Participou de vários processos seletivos – dentre eles, para trabalhar como gerente de um pet shop, sendo responsável por todas as áreas da empresa. D. Teresinha, a simpática dona do estabelecimento, queria curtir a vida – e o ensinou tudo o que ele precisava saber para tocar o negócio.

Mas não por muito tempo. Nove meses depois dessa experiência, e com a pequena Isadora nos braços, Diogo recebe uma ligação que mudaria sua vida. De novo.

Uma multinacional para a qual tinha se candidatado quando soube da gravidez da Carol o chamou para concluir o processo. Com esse novo emprego, passou a ter uma renda fixa mais relevante e, claro, a aprender muito. Sua função era trabalhar com a marca de rações da multinacional, o que o permitiu visitar lojas, pet shops, acompanhar vendedores e entender melhor a negociação entre fornecedores e compradores de insumos para pets.
 
Diogo foi promovido e transferido de volta para o Rio. Viajou muito, cuidando de metade do Brasil na gerência de vendas. Um ano depois, uma nova promoção. Dessa vez, para o México. Uma semana depois de aceitar o cargo, Carol descobre estar grávida do segundo filho. Miguel, o caçula que ama dar nome aos animais da casa, nasceu na Cidade do México.

Nos dois anos em que o veterinário viveu na América Central, uma empresa comprou da multinacional a marca de rações em que trabalhava – e pediu que ele retornasse ao Brasil, mais especificamente a Campinas, para coordenar seu relançamento. Diogo e a família viveram no interior de São Paulo por mais dois anos.
 
Até que…

Aqui pulsa um coração empreendedor

Durante sua experiência na gerência do pet shop e nas duas multinacionais pelas quais passou, Diogo sempre trabalhou com o sentimento de dono, com pertencimento e cuidado. Por ter se destacado, teve reconhecimento de seus diretores a cada passo do caminho.

Mas existia uma pulguinha atrás da orelha, bem indiscreta, que vivia perguntando a ele: “e se você voltar a ter o próprio negócio?”.

Como a maior parte dos empresários, Diogo teve medo de não ser a hora certa, já que tinha uma boa condição na empresa, ou de não estar preparado. Mas, como os excelentes empresários, ele não se rendeu ao temor. Conversou com a esposa, que apoiou seu sonho, e pediu demissão. Voltou para o Rio para colocar em prática seu antigo sonho.

A PET Carioca foi fundada em 2016, mas, como ideia, nasceu bem antes. Diogo diz que o modelo de negócios da empresa é uma colcha de retalhos com pedaços de tudo o que aprendeu nas experiências que teve, nas viagens que fez e nos lugares que visitou.
 
Não foi pouco: nessa trajetória, ele conheceu cerca de 2.500 pet shops, com diversos empresários diferentes à frente de cada negócio, na América do Sul e na América Central. Todas as boas ideias que os clientes percebem no dia a dia de sua empresa são frutos das vivências de Diogo, desde a criação dos hamsters até o pedido de demissão na multinacional.
 
Mas, se a Pet Carioca começou, inicialmente, como um sonho dele, hoje é um orgulho genuinamente compartilhado por outras pessoas – e não só pelos sócios, mas também pelos colaboradores.

Antes de abrir a empresa, ele conversou com o irmão mais velho, o engenheiro Celso, que se encantou tanto pelo modelo que tomou a decisão de investir na iniciativa. A primeira loja dos dois foi inaugurada em janeiro de 2017, com resultado positivo desde o arranque inicial.
 
O crescimento acelerado foi assunto de uma conversa entre Diogo e o amigo Sérgio Correia que, entre uma cerveja e outra, também decidiu virar sócio-investidor. Com ele, foi inaugurada a segunda unidade, na Avenida das Américas, ainda em 2017.
 
Em 2018, José Alves, outro amigo de longa data, também se encantou com a Pet Carioca e resolveu entrar para o time. Sua entrada motivou a busca por uma terceira unidade. Logo a oportunidade apareceu, com um pet shop montado que passava o ponto. A negociação estava indo muito bem, mas esfriou de repente, gerando frustração nos sócios. Assim, eles decidiram repensar as estratégias enquanto voltavam para a estaca zero na busca de um novo ponto comercial.
 
No fim de julho de 2019, um ponto muito promissor apareceu na Barra. Os quatro sócios resolveram fazer mudanças no plano inicial e implementar um hospital veterinário. A ideia é que, junto a ele, a marca PET Carioca fosse reestruturada. Atualmente como espaço para banho, tosa e consultas clínicas, além de pet shop, a empresa teria também o CAMEV, Centro Avançado de Medicina Veterinária, para endossar autoridade na parte de assistência veterinária.
 
Quando as obras desse espaço se iniciaram, Diogo recebe uma mensagem. Era a dona do pet shop que estava passando o ponto, perguntando se ainda havia interesse na negociação. Os sócios desembaraçaram tudo muito rápido, fazendo nascer a quarta unidade antes da própria terceira.

O mundo ideal ainda está por vir

Mesmo em um cenário tão desafiador quanto o Rio de Janeiro, cuja economia não está na melhor fase de sua história, a PET Carioca já tem quatro unidades, em dois anos e meio de funcionamento. O plano de negócios não é montar mega lojas, mas ter vários pontos de venda próximos aos clientes.
 
Hoje, a estrutura conta com 26 colaboradores, com a possibilidade de contratação de mais 23 para as próximas unidades. Em tempos de crise, Diogo cria emprego, renda e sustento para muitas famílias.
 
E isso é só o começo.

Disciplina é liberdade

Alguém que começa tão cedo a vida empreendedora sabe, pela prática, que a organização dos processos é crucial para o sucesso dos negócios. Por isso, Diogo desenvolveu na PET Carioca uma estrutura toda baseada em fluxo de acontecimentos. Tudo é detalhado para que nenhuma etapa se perca.
 
Por conta disso, ele nunca parou para pensar no que de fato faria se não houvesse encontrado a SimplesVet, uma vez que administrar uma clínica sem um sistema específico nunca foi uma opção. Sem essa automação, ele diz, os processos ficariam mais lentos e menos eficientes. Diogo está com a SimplesVet desde o primeiro dia de abertura da primeira loja.
 
Hoje, ele e a equipe registram tudo no sistema, de forma ordenada: compras, contas a pagar, a receber, consultas, vacinas… se tudo tivesse que ser manual, tomaria mais tempo da equipe. Isso o auxilia no processo de ficar menos tempo dentro da clínica, tendo espaços na agenda para estar com a família – que, além de Carol, Isadora e Miguel, ainda conta com dois cachorros, Pepê e Alegria, uma porquinha da índia, Emma, um peixe chamado Fleckow (nome dado por Miguel) e Dudu, a calopsita.

A PET Carioca é o grande sonho de Diogo, mas ele faz questão de dizer que é um sonho que vem se realizando, no gerúndio mesmo, porque se consolida diariamente. Pensa em deixar o legado como principal herança para os filhos. Com apenas 35 anos de vida, 22 dentro do mercado pet, o veterinário entende que o mercado já evoluiu bastante, mas ainda existem muitas oportunidades de desenvolvimento.
 
As lojas amadoras, que ele chama de pet-garagem, estão perdendo espaço para as formais – que, por mais que tragam desafios, também apresentam resultados positivos. O uso de softwares e sistemas de gestão tomam uma proporção maior cada vez maior e, com isso, ajudam a profissionalizar o mercado.
 
Por outro lado, os tutores estão cada vez mais conscientes da prevenção e dos tratamentos pet. Ainda existem aqueles que tratam o cão como animal de quintal, que não pode entrar dentro de casa e só come restos de comida, mas o número de tutores que agem dessa forma está cada vez menor. A expectativa de Diogo, e de todo o mercado, é de um aumento certeiro de conscientização humana sobre o reino animal.

Da parte do governo, acredita ainda faltar políticas de saúde pública para a população de animais de rua, incluindo os cuidados preventivos e os tratamentos, já que as doenças dos animais de rua trazem problemas para a população como um todo. Campanhas como programas de esterilização e vacinação são muito sazonais, com viés mais político que efetivo.
 
Essa política truncada, que não beneficia, de fato, a população animal, ao mesmo tempo em que desanima os veterinários, também faz com que boas pessoas tirem do papel os próprios projetos de atendimento popular, tanto a tutores carentes quanto aos animais de rua. A PET Carioca já faz isso, através de parcerias com ONGs de resgate e fornecedores, buscando recursos e fundos para atendimento veterinário, a fim de devolver à sociedade a confiança que ela deposita na empresa.

O dia em que uma roedora fez a diferença

A história que Sandra nos contou, por e-mail, começava com Jujuba, a hamster, mas está longe, muito longe, de terminar nela. Ainda que, mercadologicamente, Diogo não consiga focar seu modelo de negócios na criação de hamsters, ele ainda sente um carinho enorme por essa espécie animal.
 
Quando perguntado sobre as dicas que daria a quem pretende ter um hamster, seus olhos brilham. E ele responde:

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Poucas pessoas conhecem a raça e acham que o hamster é um rato. É um roedor, de fato, mas não tem as características de um rato. É inteligente e se apega muito ao tutor. Você consegue ensinar qualquer truque. Pessoas que querem ter companhia mas não podem ter pets maiores podem ver, no hamster, uma opção. As crianças pode interagir com o animal, que é extremamente dócil.

Diogo Giulito, PET CARIOCA – Rio de Janeiro (RJ)

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O que chama a atenção de Diogo, desde sua adolescência empreendedora até agora, é a fertilidade do hamster, inversamente proporcional ao seu tempo de vida. Assim, hamsters dão ninhadas a cada dois meses, mas vivem pouco. Os bichinhos com três anos de idade já podem ser considerados bem velhos.

Há quem veja apenas desvantagem, mas Diogo não enxerga dessa forma.

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Muitas vezes, esse vai ser o primeiro contato da criança com a morte, com a experiência de perder um ser querido. No meu ponto de vista, lidar junto ao seu filho com a morte de um hamster é uma forma de se preparar para os desafios da vida.

Diogo Giulito, PET CARIOCA – Rio de Janeiro (RJ)

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Já que o caminho natural da vida é a perda, começar com um animalzinho tão amigo tende a trazer uma série de benefícios no crescimento humano, desde que se vença o preconceito.
 
E, se isso não fizer sentido para os outros, faz para Diogo, que realizou inúmeros sonhos a partir de Jujuba. Mais de duas mil matrizes depois, sua empresa é a prova que um animalzinho tão pequeno, com um tempo de vida tão curto, pode ser o precursor de grandes alegrias.

PS: dona Sandra pergunta, ao fim do e-mail:
“Será que essa história ressoa com os valores da SimplesVet? Obs: ele não sabe dessa iniciativa!”.
 
Respondendo à pergunta: sim, dona Sandra. Essa história nos traz valor, interesse, admiração e respeito. E, agora, ele e o mundo todo saberão do orgulho que a senhora sente.
 
Um grande beijo de toda a equipe SimplesVet!

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O SimplesVet é um sistema de gestão de pet escolhido por mais de 6.000 clínicas veterinárias e petshops. Estamos em todo o Brasil, simplificando a rotina de quem ama cuidar dos animais.

Desde 2013, estamos nessa jornada colecionando histórias inspiradoras – de muito trabalho e sucesso. Por isso, criamos esse projeto de Histórias de sucesso para dar voz a essas pessoas incríveis.

E aí, você deseja se juntar conosco nessa trajetória? Quem sabe, em pouco tempo, possamos publicar mais uma história de sucesso: a sua!