Você já reparou como os tutores de gatos estão cada vez mais exigentes na hora de escolher uma clínica veterinária ou pet shop? E com razão. Afinal, os felinos têm comportamentos muito diferentes dos cães — são mais sensíveis, reagem de forma mais sutil e, muitas vezes, ficam extremamente estressados em ambientes barulhentos ou com cheiros intensos.
Mas será que todos os estabelecimentos estão realmente preparados para lidar com essas particularidades? A verdade é que ainda existem muitos espaços que tratam gatos como se fossem apenas “pequenos cães”, sem considerar o quanto isso pode impactar negativamente o bem-estar deles.
Para entender melhor como podemos tornar o atendimento mais respeitoso e eficiente para os bichanos, conversamos com a veterinária Paloma Coutinho e o gestor Thiago Costa, ambos da Miauz, um pet shop e clínica veterinária especializada exclusivamente no cuidado com gatos, e cliente SimplesVet.
E uma coisa que Paloma disse nos marcou logo de cara: “A experiência do gato começa muito antes dele entrar na clínica”.
Essa frase resume bem a importância de repensar todo o ambiente — da recepção à forma como o gato é manipulado — para oferecer um atendimento verdadeiramente feline friendly.
Neste artigo, vamos compartilhar os principais aprendizados dessa conversa com Thiago e Paloma. Vamos explorar, juntos, os pilares que tornam um espaço mais acolhedor para os felinos, desde a estrutura física até o manejo correto no atendimento.
Se você quer oferecer um serviço diferenciado, que respeita e entende o comportamento do gato, vem comigo nessa leitura.
- Criando um ambiente feline friendly: compreendendo as necessidades dos gatos;
- Estruturando um local verdadeiramente feline friendly;
- Abordagem e manipulação correta dos gatos.
Criando um ambiente feline friendly: compreendendo as necessidades dos gatos
Ao decidir que quer oferecer um atendimento de verdade para gatos, você logo deve ter percebido que não bastava só separar os cães dos felinos na recepção ou tentar manter o local em silêncio, certo?
Criar um ambiente feline friendly exige mais do que isso. Exige entender, de fato, como os gatos se comportam, como eles enxergam o mundo e o que pode gerar desconforto ou estresse neles.
Essa mudança de olhar foi o ponto de partida da conversa com a veterinária Paloma Coutinho e o gestor Thiago Costa, ambos da Miauz, uma clínica e pet shop focada exclusivamente em gatos.
Ao longo do papo, eles deixaram claro que todo o ambiente deve ser pensado para os felinos — desde a entrada até o pós-atendimento.
E é aí que começa a transformação. Com base nessa conversa e na experiência prática deles, separamos alguns pontos essenciais que todo gestor precisa considerar ao criar um ambiente realmente acolhedor para os felinos.
O estresse como fator crítico
Uma das primeiras coisas que devem ser consideradas é que os gatos são extremamente sensíveis a mudanças. O simples fato de saírem de casa, entrarem em um carro, ouvirem sons desconhecidos ou sentirem cheiros diferentes já pode ser suficiente para deixá-los em estado de alerta máximo.
Imagine, então, como é para eles chegar a um lugar onde há cheiros de outros animais, pessoas estranhas, barulhos e objetos que nunca viram antes. Paloma explica bem esse cenário: “Se o gato já entra no ambiente assustado, todo o atendimento será mais difícil”.
Por isso, minimizar os estímulos negativos desde o primeiro contato com a clínica é essencial. Um ambiente visualmente calmo, com ruídos suaves e até o uso de feromônios felinos pode fazer uma enorme diferença.
Territorialidade e segurança
Se tem uma coisa que os gatos prezam é segurança e previsibilidade. Eles precisam sentir que têm controle sobre o ambiente. Diferente dos cães, que tendem a se adaptar mais facilmente, os gatos levam mais tempo para confiar em novos lugares.
Thiago resume isso de forma direta: “O gato precisa de previsibilidade, então qualquer mudança brusca pode ser um grande problema”.

Mudar o layout do ambiente com frequência, trazer móveis novos ou movimentar muito o espaço pode gerar insegurança. Tudo deve ser pensado para que o felino tenha rotas de fuga, esconderijos e locais altos onde possa se sentir protegido — mesmo que temporariamente.
Além disso, áreas separadas por espécie (sem contato visual ou auditivo com cães), espaços de espera individuais e sinalizações claras ajudam a tornar o ambiente mais amigável.
Como oferecer segurança ao gato no ambiente?
Então, o que exatamente é possível fazer para garantir que o gato se sinta seguro na clínica ou pet shop? Algumas estratégias simples, mas extremamente eficazes, foram compartilhadas pelos especialistas:
- Evitar superfícies escorregadias: “O gato precisa de segurança para andar ou se posicionar”, explica Paloma. Bancadas lisas ou frias podem causar desconforto ou até medo. Colocar tapetes ou mantas antiderrapantes é uma boa alternativa.
- Dar tempo para o gato se adaptar ao ambiente: não devemos apressar o atendimento. Paloma dá uma dica valiosa: “Se ele puder ficar na caixa de transporte por um tempo, sem pressão para sair imediatamente, isso já reduz bastante o estresse.”
- Registrar as preferências do pet: com ferramentas como o SimplesVet, é possível personalizar o atendimento, registrando observações importantes sobre cada gato. Isso inclui o tempo necessário de adaptação, o temperamento, se é arisco, se prefere ser atendido no chão, entre outros detalhes. Essa atenção melhora o manejo e evita situações desconfortáveis.
Ao compreender melhor as necessidades dos gatos, é possível transformar completamente a experiência deles no seu estabelecimento. E, como reforça Thiago, esse cuidado faz toda a diferença na fidelização do tutor e na saúde do animal.
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Estruturando um local verdadeiramente feline friendly
Depois de entender melhor o comportamento dos gatos e o que pode gerar estresse neles, talvez você perceba que o ambiente da sua clínica ou pet shop precise mudar.
Mas calma! Talvez não seja necessário grandes reformas nem investimentos absurdos — mas sim ajustes conscientes que fazem toda a diferença no bem-estar dos felinos e também no atendimento.
O gestor da Miauz destacou isso com muita clareza na nossa conversa. Segundo Thiago, cada escolha no espaço físico precisa considerar como o gato vai reagir ao ambiente, desde a entrada até a consulta:
“O ambiente tem que ser agradável para o gato. Isso inclui o silêncio, o cheiro e até o local onde ele será atendido”.
Com isso em mente, separamos algumas adaptações simples — e muito eficazes — que aprendemos com os especialistas e que podem ser aplicadas por qualquer clínica ou pet shop que queira de fato ser mais feline friendly.
O layout do ambiente
A maneira como o ambiente é organizado impacta diretamente na forma como o gato vai se comportar durante a visita. Thiago explicou que a estrutura física pode ser uma aliada para reduzir o estresse: “Ter uma recepção separada para gatos e cães já reduz muito o estresse”.

E não é só na recepção. Dentro da clínica ou pet shop, áreas específicas para felinos, com espaços elevados, prateleiras, tocas e rotas de fuga visuais, ajudam o gato a se sentir mais seguro. Eles gostam de observar o ambiente de cima e ter opções de esconderijo.
A disposição dos móveis também deve considerar um fluxo de atendimento calmo e previsível. Nada de corredores apertados ou caminhos que obriguem o gato a passar por áreas movimentadas.
Uso de feromônios e controle de odores
O olfato é um dos sentidos mais importantes para os gatos. E o cheiro do ambiente pode dizer muito para eles — inclusive se estão em perigo ou em segurança.
Paloma falou um pouco sobre isso: “O cheiro do ambiente diz muito para o gato, então é interessante usar feromônios e evitar odores fortes que possam gerar desconforto”.
Pensando nisso, o uso de feromônios sintéticos pode ajudar bastante a tranquilizar o animal, criando uma sensação de familiaridade e proteção. Além disso, é importante evitar produtos de limpeza com cheiros muito fortes e manter os ambientes sempre limpos e ventilados, sem odores intensos de outros animais.
Redução de ruídos
O silêncio é, sem dúvida, um dos grandes aliados de um ambiente feline friendly. Os gatos são extremamente sensíveis a sons altos e movimentos bruscos, o que significa que barulhos inesperados podem desencadear medo ou até reações agressivas.
Isso vai muito além de simplesmente não ligar o rádio. Envolve posicionar os equipamentos barulhentos longe da área de atendimento dos felinos, evitar conversas em tom elevado, usar portas que não batem e até mesmo organizar o estoque de forma que não haja barulho excessivo com caixas, potes e embalagens durante o atendimento.
Criar esse tipo de ambiente não exige gastos muito altos, mas sim intencionalidade. E quanto mais ajustamos o espaço às necessidades do gato, mais tranquila e eficiente será a consulta — para o animal, para o tutor e para a equipe também.
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Abordagem e manipulação correta dos gatos
Depois de adaptar o ambiente da clínica ou pet shop, você vai perceber que um espaço acolhedor por si só não garante um atendimento feline friendly. A forma como se aborda e manipula os gatos faz toda a diferença — e pode ser o divisor de águas entre uma experiência positiva ou traumática para o animal.
Essa foi uma das principais mensagens trazidas por Thiago, da Miauz, durante nossa conversa. Ele destacou que entender o comportamento felino é tão importante quanto saber realizar procedimentos clínicos.
“Gato não pode ser tratado como um cachorro pequeno”, ele afirma.
O manejo adequado
Segundo Thiago, a manipulação do gato precisa ser respeitosa, paciente e adaptada ao perfil de cada animal. Nada de contenções brutas ou aceleração do processo — isso só piora a experiência do pet e torna tudo mais difícil para o profissional.
“Não existe um método único que funcione para todos os gatos. Cada indivíduo tem um nível de tolerância diferente, e cabe ao profissional saber identificar isso”, acrescentou Paloma.

O segredo aqui está na observação. Perceber os sinais de desconforto, respeitar os limites do animal e ajustar o atendimento conforme a resposta do felino são atitudes essenciais.
Consultas no tempo do gato
Sabe aquela pressa que às vezes temos pra agilizar a rotina? Com gatos, isso simplesmente não funciona. Cada gato precisa de um tempo para se adaptar ao ambiente antes de qualquer manipulação. E forçar uma situação só piora o cenário.
Paloma explicou isso de forma bem direta: “Se o gato não quer sair da caixa de transporte, não force”.
Nesses casos, ela recomenda aguardar alguns minutos, usar estímulos positivos e, se necessário, realizar parte da consulta com o gato ainda dentro da caixa. O foco aqui é minimizar o estresse e construir uma relação de confiança entre o profissional e o animal.
Comunicação com os tutores
Outro ponto importantíssimo que não pode ser ignorado: o papel dos tutores. Muitas vezes, o desafio começa antes mesmo do gato chegar à clínica — principalmente quando os tutores não têm o hábito de transportar o pet de forma adequada.
“Os tutores precisam entender que algumas abordagens, como trazer o gato em caixas de transporte adequadas, fazem toda a diferença”, explica Paloma.
Por isso, orientar os tutores sobre a importância do uso da caixa de transporte, do agendamento prévio e até mesmo do tempo de adaptação do animal faz parte de um atendimento verdadeiramente feline friendly.
E para garantir que toda a equipe siga esse mesmo padrão de atendimento personalizado, com o SimplesVet é possível registrar no sistema as informações sobre formas de abordagem, tipos de manejo, além de procedimentos operacionais padrão e muitos outros.. Com a funcionalidade Documentos Padronizados, toda a equipe tem acesso fácil e rápido a essas orientações.

Dica final: comunique seus diferenciais
Se a sua clínica ou pet shop já oferece esse tipo de atendimento cuidadoso e adaptado, não guarde isso só para você. Muitas pessoas ainda acham que o estresse do gato na clínica é normal — e não é!
Use isso a seu favor na comunicação com os tutores:
- Envie e-mails explicando os diferenciais da empresa e como vocês pensam no bem-estar do pet em cada detalhe;
- Crie conteúdos educativos nas redes sociais para mostrar que gatos merecem (e precisam!) de um atendimento específico;
- Faça campanhas de SMS Marketing com lançamentos de produtos voltados para felinos;
- E utilize mensagens automáticas, como lembretes de vacina e aniversário, para reforçar a conexão com o cliente e mostrar que sua empresa realmente se importa.
Dica bônus: Com o SimplesVet, tudo isso é possível — de forma prática e automatizada. Experimente grátis por 7 dias e veja como o sistema pode ajudar a sua empresa a se tornar ainda mais feline friendly.