Como lidar com a inadimplência em empresas pet

A inadimplência em empresas pet é um desafio comum para muitos gestores. Quando os clientes não conseguem ou simplesmente não querem pagar pelos produtos ou serviços adquiridos, o fluxo de caixa da empresa acaba sendo prejudicado, afetando diretamente sua saúde financeira.

Imagine um pet shop que realiza vários atendimentos por mês, mas que tem 10% dos clientes com pagamentos atrasados ou pendentes. Isso pode representar uma perda significativa, especialmente para negócios menores. Você provavelmente conhece alguém que já passou por algo assim ou até mesmo tenha acontecido com você, não é mesmo? 

Na maioria das vezes, esse problema acontece pela falta de clareza nas políticas de pagamento e pela informalidade nas negociações entre a clínica ou pet shop e seus clientes.

Por exemplo, se a empresa oferece serviços veterinários de emergência sem definir claramente as condições de pagamento, os clientes podem sentir que têm mais flexibilidade para pagar, ou pior, esquecer da dívida, o que acaba gerando ainda mais complicações para o gestor.

Neste artigo, vamos compartilhar as principais estratégias para lidar com a inadimplência em pet shops, com base em experiências compartilhadas por clientes SimplesVet e dicas do especialista no mercado pet Marco Antonio Gioso. Vamos abordar o cenário atual, os impactos da inadimplência nas empresas e as soluções práticas para reverter essa situação.

A inadimplência no setor pet

A inadimplência no setor pet é resultado de uma série de erros que podem ser evitados, afirma o especialista no mercado pet Marco Antonio Gioso. “Os principais fatores que levam à inadimplência em pet shops estão, em grande parte, ligados à ausência de protocolos de cobrança bem definidos. Isso começa com a falta de contratos de serviços claros e transparentes”, exemplifica o especialista. 

Muitos pet shops não formalizam os serviços prestados ou os valores envolvidos, o que gera confusão e pode fazer com que os clientes questionem os valores ou simplesmente não compreendam o que está sendo cobrado.

Um exemplo típico disso seria um cliente que contrata serviços de estética para o pet, como uma tosa higiênica, e depois descobre que outros procedimentos foram adicionados, como um tratamento antipulgas, sem ter sido informado previamente sobre os custos extras.

Gioso destaca: “O cliente precisa ser informado de maneira precisa e direta sobre quanto ele irá pagar antes de o serviço ser realizado“. Sem essa clareza, é mais provável que o cliente atrase ou até deixe de pagar, pois ele não esperava o valor final.

O impacto financeiro no pet shop

Além de afetar diretamente o fluxo de caixa, a inadimplência pode prejudicar a relação entre o pet shop e seus clientes. Gioso comenta que “quando o cliente se torna inadimplente, a relação inevitavelmente fica abalada”.

O processo de cobrança constante pode, inclusive, desgastar a confiança e, em muitos casos, dificultar futuras transações. No entanto, isso não significa que deva existir um corte no relacionamento já construído com o cliente caso um acordo seja realizado.

Gioso exemplifica a situação: “Mesmo que a relação não esteja no melhor momento, é possível manter a porta aberta para futuros atendimentos, desde que o cliente regularize a dívida“.

No entanto, o foco no momento da inadimplência deve estar em recuperar o valor devido – sempre de forma educada e profissional, evitando que a situação piore e prejudique ainda mais o relacionamento com o cliente.

Ou seja, a inadimplência não afeta apenas as receitas imediatas, mas também pode comprometer o futuro da relação com o cliente, impactando negativamente o negócio como um todo. 

O SimplesVet oferece funcionalidades de gestão financeira que podem auxiliar gestores que buscam um controle e entendimento maior das finanças da empresa. Com essa ferramenta, é possível garantir uma gestão sobre as receitas, despesas e margens de lucro do seu negócio.

Soluções preventivas: evitando a inadimplência desde o início

Segundo Gioso, a inadimplência no setor pet pode ser evitada a partir de uma postura clara e profissional logo no início do relacionamento com o cliente. Uma das recomendações mais importantes de Gioso é a utilização de contratos detalhados.

Ele ressalta que “um contrato formal e detalhado, especificando todos os valores e serviços que serão prestados, cria uma relação de confiança e assegura que o cliente saiba exatamente o que esperar em termos de custos”. Essa transparência nos acordos financeiros é fundamental para evitar surpresas no momento da cobrança.

Uma clínica veterinária e pet shop, por exemplo, pode adotar um modelo de contrato simples, que descreva os serviços oferecidos e os respectivos custos, como consultas veterinárias, vacinas, procedimentos estéticos ou outros tratamentos.

Esse documento deve ser apresentado e assinado antes de qualquer procedimento, garantindo que o cliente compreenda as condições financeiras e saiba quais são suas responsabilidades.

Com a função de documentos padronizados do SimplesVet, é possível criar modelos de contratos, além de receitas e protocolos, e deixá-los disponíveis para todos na sua empresa, de forma organizada, ágil e prática.

Além do contrato, Gioso também destaca a importância da comunicação verbal clara. Ele afirma que “é importante que essa comunicação não seja feita apenas no papel. Explique verbalmente para o cliente tudo o que está incluído no serviço, os valores, formas de pagamento e o que ele deve fazer em caso de qualquer dúvida”.

Essa abordagem ajuda a evitar mal-entendidos e cria um vínculo de confiança com o cliente desde o início, o que pode reduzir significativamente as chances de inadimplência.

A importância da cobrança imediata

Um dos conselhos mais importantes de Gioso para evitar a inadimplência é realizar a cobrança logo após a prestação do serviço.

Gioso explica que “o ideal é que a cobrança seja feita o mais rápido possível, nas primeiras 12 a 24 horas após o atendimento, quando o cliente ainda está ciente do serviço prestado e mais propenso a pagar”.

Essa abordagem rápida não apenas aumenta as chances de o pagamento ser efetuado, mas também evita que o cliente se esqueça da dívida ou priorize outras despesas. Gioso destaca que “quando o gestor adia a cobrança esperando até o final do mês, as chances de o cliente esquecer ou se enrolar financeiramente aumentam significativamente”.

Nesse contexto, a cobrança imediata funciona como uma ferramenta para garantir o fluxo de caixa do negócio.

Além disso, Gioso menciona que a satisfação do cliente logo após o serviço cria um momento favorável para a cobrança, pois o cliente está mais propenso a honrar o pagamento quando ainda está vivenciando os benefícios do atendimento.

Sabia que é possível usar o WhatsApp pelo SimplesVet? Com essa integração, é possível iniciar uma conversa com o seu cliente direto da página do tutor ou do animal, utilizando o WhatsApp Web.

Estratégias de recuperação: como lidar com clientes inadimplentes

Quando um cliente se torna inadimplente, o desafio de recuperar o valor devido exige cautela e estratégia. Para lidar com essa situação sem comprometer o relacionamento com o cliente, Gioso recomenda manter uma postura profissional e educada durante todo o processo de cobrança.

Mesmo que o vínculo com o cliente já tenha sido prejudicado, é essencial evitar qualquer atitude agressiva. “A relação pode já ter sido abalada, mas isso não significa que não possa ser gerida de forma respeitosa”, comenta Gioso.

Um exemplo prático seria enviar uma mensagem educada via WhatsApp, lembrando o cliente da dívida e reforçando a importância do pagamento. Essa abordagem sutil preserva o relacionamento, deixando aberta a possibilidade de futuros negócios.

“O importante é realizar a cobrança de maneira firme, sem ser mal-educado ou grosseiro”, destaca Gioso, ressaltando que a recuperação da dívida pode ocorrer sem prejudicar a imagem do pet shop.

Quando oferecer desconto ou parcelamento?

Quando o valor devido está em aberto por um longo período, as chances de recebê-lo integralmente diminuem. Nesses casos, oferecer um desconto ou parcelamento pode ser uma solução eficaz.

Gioso sugere uma estratégia de negociação que antecipe uma contraproposta do cliente. “Se a dívida é de R$ 1.000, por exemplo, você pode propor R$ 700 à vista, já prevendo que o cliente tentará negociar um valor ainda mais baixo”, explica ele.

Essa abordagem garante que, mesmo com a concessão de um desconto, o pet shop recupere pelo menos parte da dívida. A possibilidade de parcelamento também é uma alternativa para facilitar o pagamento, o que pode ser especialmente útil em casos de inadimplência prolongada.

Gioso reforça que “não adianta esperar o pagamento total e acabar não recebendo nada. O ideal é facilitar o máximo possível para garantir o recebimento”.

Modelos de pagamento: viabilidade e riscos

Em relação aos modelos de pagamento, Gioso não recomenda o uso de crediário próprio, devido aos riscos envolvidos no gerenciamento de parcelas mensais por parte do próprio pet shop.

“O crediário pode ser muito arriscado para pequenas empresas”, alerta ele. A solução, segundo Gioso, é optar por empresas terceirizadas para gerenciar esses pagamentos. “É preferível perder uma pequena porcentagem para a empresa de cobrança do que correr o risco de não receber nada”, afirma.

Outra alternativa é utilizar maquininhas de pagamento que permitam parcelamentos, mas que assegurem o recebimento das parcelas pela empresa, sem a necessidade de acompanhamento constante. Dessa forma, o risco de inadimplência futura é mitigado, e o gestor não precisa se preocupar com a gestão direta dos pagamentos.

Alternativas ao processo judicial

Antes de partir para um processo judicial, Gioso sugere explorar todas as possibilidades de resolução amigável. Isso inclui desde mensagens e ligações até o envio de uma carta de notificação extrajudicial.

“Se você esgotou as tentativas de contato, uma carta formal pode ser a última chance de resolver a situação sem levar o caso à justiça”, comenta ele.

Um exemplo seria uma empresa que, após sucessivas tentativas de cobrança via WhatsApp e ligações, decide enviar uma notificação extrajudicial com um prazo final para a quitação da dívida.

“Esse tipo de ação muitas vezes faz com que o cliente perceba a seriedade da situação e prefira resolver a questão de forma amigável”, conclui Gioso.

Essa abordagem ajuda a evitar os custos e as complicações de um processo judicial, oferecendo uma solução mais prática e rápida para o pet shop.

O papel da assessoria jurídica

Ter uma assessoria jurídica é uma medida essencial para qualquer empresa pet, especialmente quando se trata de lidar com inadimplência. Gioso enfatiza que o jurídico não serve apenas para cobrar dívidas, mas também para prevenir problemas futuros.

“Contar com assessoria jurídica protege a empresa não só em casos de inadimplência, mas em diversas outras situações que podem surgir”, ressalta ele.

Se o pet shop ou clínica veterinária decidir processar um cliente, é fundamental que todo o processo seja feito de forma correta e legalmente segura. “A assessoria jurídica ajuda a garantir que você está tomando as decisões certas e seguindo o caminho correto”, afirma Gioso.

Isso é importante, principalmente quando a empresa lida com casos recorrentes de inadimplência e precisa de orientação especializada.

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