Como reduzir a rotatividade de veterinários autônomos?

Como reduzir a rotatividade de veterinários autônomos?

Equipe SimplesVet  –  

Tempo de leitura: 10 minutos

Leitor, perguntinha rápida: sua equipe é composta 100% (ou quase!) por veterinários autônomos? Se sim, provavelmente você se faz perguntas como:

  • Existe uma forma de reduzir a rotatividade de veterinários autônomos?
  • Como aumentar o comprometimento dos colaboradores com os protocolos e a missão da clínica, mesmo quando eles não atuam exclusivamente na sua empresa?
  • É possível engajar veterinários com recompensas que vão além do incentivo financeiro?

Questões como essa fazem todo o sentido: afinal, uma equipe engajada é o alicerce de qualquer clínica veterinária de sucesso. Porém, num mercado cada vez mais dominado por contratos de autonomia, pode ser difícil fazer os veterinários “vestirem a camisa da sua empresa”. A cada atendimento distante do padrão desejado, a sua clínica perde em reputação – podendo ter impactos diretos na retenção de clientes.

Neste artigo, você encontrará estratégias e dicas práticas de gestores e consultores da área veterinária. Descubra segredos para reduzir a rotatividade de veterinários autônomos, aumentar a produtividade e retenção de veterinários, elevar a qualidade dos serviços e impulsionar os resultados da sua clínica.

Aqui vão os tópicos que iremos abordar:

Boa leitura!

O atual cenário e a expansão dos contratos de veterinários autônomos

Para chegar às dicas práticas sobre como reduzir a rotatividade de veterinários autônomos, é preciso começar por um assunto essencial: o motivo deste modelo contratual estar ganhando destaque no mercado.

Pequenas e médias clínicas veterinárias vivem um grande desafio: fazer as contas fecharem, mesmo diante de faturamentos tímidos e margem de lucro estreita. 

Diante disso, contratar veterinários via CLT é cada vez mais difícil: o piso salarial alto – R$ 7.920 para uma jornada de 6h –, além dos encargos, torna essa opção distante para a maior parte dos negócios veterinários. Contratações autônomas, mais flexíveis e acessíveis, ganham mais espaço a cada dia.

“Contratar um veterinário CLT no Brasil é extremamente difícil, porque o piso da categoria é muito alto. Então as empresas não conseguem garantir”, explica Jessica Mothé, consultora do mercado pet e sócia do Lola’z Pet. “Na sua grande maioria, a gente tem empresas que não faturam mais de R$ 100 mil por mês, então elas não dão conta de conseguir montar um quadro com profissionais ganhando esse valor”, acrescenta.

O gestor veterinário e sócio-proprietário do Pet Carioca – CAMEV, Diogo Correa, acrescenta que a jornada de trabalho de 6 horas versus um piso salarial de 6 salários mínimos “não condiz com a realidade do mercado”. Segundo ele, quando se pensa em percentuais de comissão, rentabilidade dos serviços e outros encargos, a conta não fecha.

Como reduzir a rotatividade de veterinários autônomos?
Diogo Correa, gestor da Pet Carioca – CAMEV (RJ), cliente SimplesVet

“É mesmo um desafio muito grande conseguir contratar um veterinário num regime de CLT. Acabamos trabalhando realmente com outras ferramentas ou outros recursos que nos permitam viabilizar o trabalho”, afirma Diogo.

Cada vez mais profissionalização

O resultado de tudo isso é que, além dos especialistas volantes e dos plantonistas, os veterinários do corpo clínico também passaram a ter contratos autônomos. E não são compromissos “de boca”: com a melhor capacitação do setor pet, as clínicas buscam contratos mais robustos e seguros, para a segurança das próprias empresas.

Esse é o momento em que o Hospital Veterinário Reino Animal está vivendo. Segundo o gestor financeiro, Vitor Andrade, o processo de deixar de ser uma empresa familiar, expandindo e estruturando sua operação, levou a uma organização natural dos contratos de trabalho.

“Hoje, a gestão de clínicas e hospitais no Brasil ainda é um tanto quanto ‘amadora’. Então, há uma dificuldade envolvendo contratação, entre outras questões de gestão. Mas devido à potência do mercado, hoje estamos vendo muitos investidores, muitas empresas colocando dinheiro, gerando um processo natural de capacitação do segmento”, conta Vitor.

O desafio da rotatividade de veterinários

Se, por um lado, a capacitação do setor e a organização dos contratos de trabalho é positiva para clínicas e profissionais, por outro lado, um novo problema se descortina.

Com um corpo clínico quase, ou totalmente formado por veterinários autônomos e PJ, as clínicas veterinárias passam a enfrentar desafios ligados ao seguimento de protocolos de atendimento e à rotatividade de veterinários.

“Investimos tempo e dinheiro em treinamento, capacitação, em garantir o alinhamento desses profissionais com a cultura da empresa, com a nossa missão, visão e valores. A alta rotatividade de veterinários significa um retrabalho e reinvestimento constante para a clínica”, comenta Diogo.

A consultora Jessica Mothé conta que, muitas vezes, gestores pet não entendem que contratar, treinar e ter um colaborador que não atende ao seu padrão, é caro. “Esses gestores não percebem o preço que eles estão pagando por estar com essa alta rotatividade de veterinários. E isso sai muito caro para o negócio dele”. 

Quer entender como sair desse lugar? Veja as dicas a seguir.

Estratégias para reduzir a rotatividade de veterinários autônomos

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Uma provocação: se a maior parte dos seus veterinários são autônomos, será que você não deveria começar a pensar neles como parte da sua clínica veterinária – e não como prestadores de serviço terceirizados?

Esse pensamento pode parecer simples, mas faz toda a diferença. Talvez você não pense em investir em preparo, acompanhamento constante e estratégias de recompensa para uma equipe terceirizada. Mas, quando falamos no seu corpo clínico – os profissionais que estarão na sua empresa todos os dias, atendendo seus clientes e representando sua empresa – a coisa muda de figura.

A forma como essa equipe é tratada e acompanhada na empresa faz toda a diferença na maneira como ela se conecta aos valores e processos da sua clínica veterinária. Não à toa, o primeiro conselho dos nossos entrevistados é: prepare um onboarding para os seus veterinários autônomos.

Faça do terceirizado uma parte do seu time

Nada de acreditar que o veterinário PJ ou autônomo já precisa chegar pronto na sua empresa, ou aprender apenas o básico sobre sua clínica.

De acordo com os especialistas, ter um onboarding sólido é fundamental para alinhar as práticas dos veterinários à missão, visão e valores da sua empresa. Onboarding nada mais é do que o processo de integração de novos membros em uma equipe ou empresa, englobando treinamentos e atividades para facilitar sua adaptação e produtividade.

“É um pouco parecido como aprender a andar de bicicleta. Primeiro você vê a pessoa andar, depois você segura, vai ajudando a ter equilíbrio, depois você solta e vai só monitorando por trás”, explica Jessica.

A consultora acrescenta que, hoje, o grande problema é que ao contratar um prestador de serviço, é comum soltá-lo direto com a bicicleta. “Ele nem acompanha um plantão na maioria das vezes. Então tem que ter um processo. E nesse momento o onboarding faz toda a diferença”, garante.

O primeiro passo para um onboarding de sucesso é ter clareza sobre os critérios culturais e padrões de atendimento da sua empresa. Em seguida, o ideal é documentar tudo isso, gerando um material que será a base para o processo de integração. O gestor Diogo explica o modelo que aplica em sua empresa:

“No momento da contratação, no primeiro dia do onboarding, a pessoa recebe uma pasta de documentos, contendo o manuais e também os POPs (Procedimentos Operacionais Padrão). Ali, está todo o operacional da empresa”, compartilha Diogo. 

Mas o processo não termina na pastinha de documentos. O segredo do negócio é “colar” no profissional novo, garantindo acompanhamento total nos primeiros dias. “Essa pessoa vai ser acompanhada durante toda a primeira semana, com outro veterinário mais experiente. Isso acontece até ela ter condições de começar a assumir sozinha os plantões“, acrescenta o gestor.

No Hospital Veterinário Reino Animal, o procedimento é o mesmo. O gestor Vitor conta que a pessoa recém-contratada passa uma semana treinando para que eles possam realmente ver como é que ela põe a mão na massa. “Na segunda semana a gente senta, vê se fez sentido pra ela e para a gente… e aí começamos os trabalhos”, diz Vitor.

Como reduzir a rotatividade de veterinários autônomos?
Hospital Veterinário Reino Animal (MG), cliente SimplesVet

Além do acompanhamento, a consultora Jéssica Mothé aponta que fazer a pessoa se sentir parte da empresa – mesmo sendo uma terceirizada – é essencial para a retenção de veterinários. Nessa hora, as ações de relacionamento são um diferencial.

“Nas clínicas que atuo, temos um kit de boas-vindas. Dê um mimozinho – uma caneca, um caderno… Prepare uma apostila com os conteúdos do treinamento. Isso faz toda a diferença”, acrescenta.

Recompense performance, estimule produtividade

Em contratos de 4h ou 6h, você detém apenas parte do tempo dos seus veterinários autônomos. A sua missão é torná-lo o mais produtivo possível nesse período – e, para isso, é preciso que perseguir a performance faça sentido para ele também.

As recompensas são uma ótima forma de dar um incentivo a mais aos resultados do time. E acredite: elas podem ir além do dinheiro. Veja os métodos a seguir e escolha o que mais combina com a sua empresa!

Comissões por volume de atendimento e avaliação:

As comissões por volume são, talvez, o formato de recompensa mais clássico nas empresas em geral. Porém, o mercado veterinário conta com um complicador: como o atendimento clínico é um serviço de saúde, o número de vendas precisa ser justificado pela real necessidade de cada paciente. Muitos veterinários têm dificuldade em realizar atendimentos produtivos sem cair na mercantilização.

Para otimizar os atendimentos mantendo o equilíbrio ético, a consultora Jessica Mothé propõe um modelo em que o profissional é comissionado por número de consultas no mês – destacando os clientes novos ou aqueles sem avaliação recente. A ideia, neste caso, é privilegiar profissionais que mantiveram uma agenda de atendimentos consistente.

Jessica sugere, ainda, critérios de qualidade no comissionamento. Se, por exemplo, 80% dos clientes avaliarem a empresa com cinco estrelas, o veterinário pode receber uma comissão maior, incentivando práticas que elevem a satisfação dos clientes.

“O objetivo é criar dinâmicas que estimulem o profissional a fazer o movimento da clínica acontecer”, aponta Jessica.

Comissões por metas de faturamento (ticket médio):

Será que o medo da mercantilização impede comissionamentos por faturamento? Diogo, gestor da Pet Carioca, mostra que é possível: na sua empresa, ele adota comissões baseadas no ticket médio dos atendimentos.

Como reduzir a rotatividade de veterinários autônomos?
Diogo Correa, gestor da Pet Carioca – CAMEV (RJ), cliente SimplesVet

Se um veterinário fizer três plantões, eu não posso comparar o faturamento total dele com aquele veterinário que faz seis plantões“, explica. Para remunerar a todos de forma justa, ele usa como métrica de comissão o ticket médio de atendimentos de cada colaborador.

“Não importa se ele atendeu 10 ou 20, ele receberá uma comissão calculada pela média dos seus atendimentos – incluindo procedimentos extras, internações e cirurgias que o veterinário tenha realizado”, acrescenta o gestor.

Possibilidades de crescimento profissional:

Já falamos sobre os incentivos financeiros para o engajamento dos seus veterinários autônomos. Mas já pensou que proporcionar oportunidades de crescimento também pode ser um forte incentivo para a retenção de veterinários terceirizados? 

Este é o método adotado por Vitor, gestor financeiro do Hospital Veterinário Reino Animal. Sua empresa tem décadas de reconhecimento no mercado pet, o que faz dela um espaço capaz de oferecer aprendizado e experiências a profissionais em evolução de carreira – inclusive, trazendo estagiários para a empresa desde cedo, buscando formá-los nas suas boas práticas.

O processo gera uma formação de longo prazo, que contribui para a qualidade de atendimento e também para a retenção de veterinários.

“Para o estudante, tem a questão do aprendizado, do network, de abrir portas. Mas para a gente é importante porque além desse suporte que ele dá, eu consigo ver o potencial para contratá-lo para auxiliar de veterinária”.

Vitor planeja os próximos passos conforme o estudante vai se capacitando. Ao se formar, vai para o plantão, depois para o horário comercial, médico linha de frente, até chegar à coordenação.

Acompanhe a rotatividade de veterinários autônomos

Se você chegou até aqui, percebeu que ter clareza sobre a cultura da sua clínica veterinária, contar com métodos claros de treinamento e ter uma estratégia de comissionamento são as chaves para reduzir a rotatividade de veterinários autônomos.

Para tornar tudo isso mais simples, existe uma peça fundamental: o sistema de gestão veterinária. É nele que você irá registrar e compartilhar procedimentos e protocolos padronizados para toda a equipe. Nossos especialistas concordam: o SimplesVet torna esse processo muuuuito mais simples.

“É definir processo, estabelecer padrão, é dar ferramentas. É aí que entra o SimplesVet“, afirma Jessica. “Eu posso estar na Bahia e todo dia de manhã, ao acordar, eu sei quanto todo mundo vendeu no dia anterior, eu sei o que todo mundo fez, quem atendeu, quem não atendeu, quem demorou para atender, quem não demorou”, acrescenta a consultora.

Vitor, gestor financeiro, corrobora a visão de Jessica. “O desempenho da equipe eu acompanho pelo SimplesVet. Através das telas de produtividade e vendas, eu mensuro isso de forma simples”.

Como reduzir a rotatividade de veterinários autônomos?
Univet (ES), cliente SimplesVet

Isso não só aprimora a qualidade dos serviços, mas também facilita o treinamento de novos profissionais, garantindo uma consistência e excelência nos atendimentos. E se você quer reduzir a rotatividade dos seus veterinários autônomos, o SimplesVet é a escolha certa. Veja mais formas que podemos ajudar a sua clínica:

Controle o seu comissionamento

Com o Comissionamento do SimplesVet, sua clínica simplifica o cálculo de comissões de forma confiável e transparente. Esta ferramenta promove agilidade ao rastrear, associar vendas a colaboradores e integrar informações ao financeiro. Além disso, oferece flexibilidade na definição dos períodos de pagamento, mantendo o registro organizado. Uma maneira segura e ágil de valorizar e motivar a equipe enquanto mantém o financeiro em ordem.

Organize seus documentos

Imagine a facilidade de ter todos os modelos de receita e protocolos aprovados organizados e acessíveis em um único sistema! Com o SimplesVet, é possível padronizar os procedimentos, permitindo que cada veterinário acesse esses documentos padronizados de forma ágil e prática. Isso garante uma consistência de atendimento e qualidade no serviço, simplificando o trabalho dos profissionais.

Analise os atendimentos da sua empresa

Você sabia que o SimplesVet vai além do agendamento de compromissos? A funcionalidade Agenda oferece a análise detalhada dos atendimentos, fornecendo informações cruciais sobre o tempo de espera dos tutores e a duração média das consultas. Esses dados são essenciais para otimizar a experiência do cliente e fornecer feedback direcionado para melhorias contínuas, garantindo um serviço de excelência.

Avalie a satisfação dos seus clientes

Através do módulo de Pesquisa de Satisfação do SimplesVet, você pode medir o nível de satisfação dos clientes. Utilizando o método Net Promoter Score (NPS), é possível coletar feedbacks valiosos e comparar o desempenho da sua clínica com o de seus concorrentes. Essa abordagem estratégica não apenas ajuda a aprimorar a qualidade dos serviços, mas também fortalece a confiança e a fidelidade dos clientes.

Se você ainda não usa o SimplesVet, te convidamos a experimentar o sistema gratuitamente por 7 dias. Descubra como essa poderosa ferramenta pode revolucionar sua gestão, aprimorar o atendimento ao cliente e impulsionar o sucesso da sua clínica veterinária. Experimente hoje mesmo a diferença que o SimplesVet pode fazer no seu negócio.

Fontes

Diogo Correa, gestor veterinário, sócio-proprietário do Pet Carioca – CAMEV (RJ)

Jessica Mothé, consultora do mercado pet e sócia do Lola’z Pet (RJ)

Vitor Andrade, gestor do Hospital Veterinário Reino Animal (MG)

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