O mercado pet brasileiro entra em 2026 mais profissional, mais competitivo e, para alguns, cheio de decisões difíceis. As tendências do setor apontam para um cenário em que crescer deixou de ser apenas uma questão de volume — e passou a ser, cada vez mais, uma discussão sobre valor, margem e sustentabilidade do negócio.
Com custos operacionais pressionados e tutores mais exigentes, atender mais nem sempre significa ganhar melhor. A lógica da disputa por preço começa a se esgotar, enquanto clínicas, hospitais e pet shops sentem na prática o impacto de operar sem recorrência e sem diferenciação clara.
É a partir dessa leitura que Marco Antonio Gioso, uma das maiores referências do mercado pet no Brasil, provoca uma mudança de mentalidade. Para ele, as tendências que realmente importam para os próximos anos passam por valor percebido, prevenção, recorrência e experiência, mesmo que isso signifique atender um público menor.
O desafio, portanto, não está apenas em oferecer serviços premium, mas em mostrar valor de forma consistente, transformando atendimentos que seriam pontuais em relações de longo prazo e previsibilidade financeira. Isso exige decisões estratégicas sobre posicionamento, gestão, portfólio de serviços e experiência do cliente.
Neste contexto, o SimplesVet, sistema de gestão veterinária que acompanha de perto a evolução do setor, analisa as principais tendências do mercado pet para 2026 a partir das provocações de Gioso — conectando visão estratégica e execução prática para gestores que precisam decidir hoje como querem crescer amanhã.
1. Premiunização e recorrência: crescer com margem, não com volume;
2. Nutrição estratégica: humanização, nicho e valor especializado;
3. Sustentabilidade e economia operacional: reduzir custos para sustentar margens;
4. Banho e Tosa como diferencial de marca: do serviço operacional ao produto premium.
FAQ
1. Premiunização e recorrência: crescer com margem, não com volume
Resumo: A premiunização no mercado pet em 2026 estará diretamente ligada à recorrência, à prevenção e à construção de valor percebido, e não ao aumento de volume de atendimentos.
A premiunização continuará sendo, em 2026, o principal vetor de crescimento para empresas do mercado pet que buscam margem, previsibilidade e diferenciação.
Gioso é direto ao dimensionar esse mercado: trata-se de um segmento concentrado nas classes A e B, que representam menos de 20% do Brasil. Ainda assim, é justamente esse público que oferece maior potencial de retorno financeiro.
O ponto central, porém, não está apenas em oferecer produtos ou serviços premium, mas em estruturar modelos de recorrência. Para Gioso, o erro mais comum dos gestores é depender de atendimentos pontuais, quando o caminho mais sustentável é “atacar a prevenção e fazer planos internos para esses públicos”. A lógica é simples: quem investe em prevenção permanece mais tempo na base de clientes e gera receita contínua.
Prevenção como estratégia de negócio
A longevidade dos pets transforma a prevenção em um serviço estratégico – e não apenas clínico. Gioso defende a criação de protocolos claros de acompanhamento contínuo, especialmente por meio de check-ups estruturados.
Ele destaca a importância de oferecer exames anuais organizados em diferentes níveis de investimento: pacotes baratos, médios e mais caros, permitindo que “quem puder pagar mais, pague mais; quem puder pagar menos, pague menos”.
O desafio, segundo ele, não está na aceitação do cliente, mas na execução interna: garantir que veterinários e equipes saibam indicar corretamente esses check-ups e comunicar seu valor. Quando bem estruturados, esses planos deixam de ser um custo percebido e passam a ser vistos como cuidados contínuos.

A estratégia de prevenção estruturada e acompanhamento contínuo depende não apenas de clareza na comunicação com o tutor, mas também de uma leitura objetiva da base de clientes. Com a Inteligência de Vendas, do SimplesVet, clínicas e hospitais conseguem analisar o comportamento de compra, o ticket médio e a adesão aos serviços oferecidos, entendendo se o público atual já está preparado para uma estratégia de premiunização ou se será necessário ampliar e qualificar essa base ao longo do tempo.
Doença crônica, odontologia e peso: serviços com alta recorrência
Com pets vivendo mais, cresce também a incidência de doenças crônicas. Gioso destaca especialmente as cardiológicas, renais e oncológicas, que costumam surgir entre os 10 e 15 anos de idade. Para o gestor, existe aí uma oportunidade clara de negócio ao oferecer o cuidado preventivo como um serviço prioritário dentro da empresa.
O mesmo raciocínio se aplica à odontologia, apontada por ele como um dos serviços mais previsíveis e rentáveis do portfólio. “Todo bicho adulto com mais de 4 anos vai ter doença periodontal”, afirma, reforçando a importância de protocolos semestrais ou anuais, ajustados por raça e perfil do animal.
Já o controle de peso surge como outra frente relevante, diante do aumento da obesidade nos pets. Segundo Gioso, é possível oferecer também planos premium para diminuir peso, unindo saúde, acompanhamento contínuo e percepção de valor.
Valor percebido: o preço não está apenas no produto
Para que a premiunização funcione, o preço precisa ser justificado pela experiência. Gioso é enfático ao afirmar que o principal não é o custo, mas a forma como a empresa “mostra o valor pro cliente, não apenas o preço do produto ou serviço”.
Esse valor está menos na promessa futura de longevidade e muito mais no presente.
Para Gioso, o que realmente sustenta o premium é o “entorno do produto”: a experiência do atendimento, a recepção, o ambiente, o cuidado com detalhes como estacionamento, banheiro e apresentação da equipe. É essa percepção que define se o cliente aceita pagar mais. Como resume Gioso: “quando o cliente percebe esse valor, ele paga mais”.
Categorias e escalonamento: premium não é tudo ou nada
Por fim, Gioso reforça a importância de dividir categorias para escalar a oferta premium. Estruturar planos como ouro, prata e diamante permite vender opções mais caras sem excluir clientes que buscam versões intermediárias.
Assim, a empresa consegue oferecer um “premium mais barato” e, ao mesmo tempo, produtos de altíssimo valor agregado.
2. Nutrição estratégica: humanização, nicho e valor especializado
Resumo: A nutrição estratégica se consolida como uma tendência de nicho no mercado pet, impulsionada pela humanização dos animais e pela busca por dietas mais personalizadas e funcionais.
A alimentação está no centro da transformação do mercado pet, impulsionada principalmente pela humanização dos animais.
Em 2026, mais do que uma disputa entre ração industrializada e alimentação natural, o que se consolida é a nutrição como um território estratégico de posicionamento – especialmente para negócios que buscam diferenciação e serviços de alto valor agregado.
Gioso reconhece o papel histórico da ração industrializada, classificando-a como “altamente positiva para os animais”. Segundo ele, o avanço nutricional proporcionado por esses produtos foi determinante para que os pets passem a viver “15 anos fácil”. Ainda assim, a mudança de comportamento dos tutores abre espaço para novas oportunidades, desde que bem posicionadas.
Humanização como motor econômico
A aproximação entre a alimentação humana e a alimentação dos pets vem impulsionando a busca por dietas mais naturais, funcionais e personalizadas. Para além do discurso emocional, Gioso analisa essa tendência de forma pragmática, olhando para seu impacto direto no negócio veterinário. Segundo ele, “do ponto de vista estritamente econômico, financeiro, a humanização da alimentação pode ser boa para o veterinário”.
A lógica é clara. Quanto maior o grau de humanização, maior o nível de cuidado – e de investimento – por parte do tutor. Como resume Gioso: “quanto mais os animais se tornarem perto de humanos, mais o veterinário ganha dinheiro, porque o tutor vai cuidar mais desse animal”. Para o gestor, isso significa uma oportunidade concreta de ampliar o ticket médio por meio de serviços especializados e acompanhamento nutricional.
Alimentação natural e funcional: diferenciação, não escala
Apesar do crescimento do interesse, Gioso faz uma leitura realista sobre o alcance desse mercado. A alimentação natural e funcional é, segundo ele, uma tendência, mas voltada para “um grupo muito segmentado de pessoas que têm mais dinheiro”.
Ou seja, trata-se de um nicho claro – e não de uma solução de escala. É justamente essa característica que permite à nutrição funcional se posicionar como um serviço premium.
Dietas voltadas para casos específicos, como alergias, sensibilidades e condições clínicas particulares, criam espaço para um atendimento altamente especializado.

Gioso compara esse cenário ao de humanos com intolerâncias alimentares, destacando que “essa alimentação funcional vai ser muito útil para esse animal”. Ao atuar como curador da dieta e do cuidado nutricional, o veterinário precisa de histórico confiável e visão de longo prazo.
A funcionalidade Inteligência de Vendas, do SimplesVet permite analisar os itens alimentares mais vendidos, identificar padrões de consumo e mapear preferências específicas da base atendida, ajudando o gestor a entender quais tendências nutricionais já estão presentes no negócio e onde existem oportunidades ocultas de diferenciação e maior valor agregado.
Curadoria e conhecimento como proposta de valor
Mesmo reconhecendo que muitos componentes funcionais – como o ômega-3 – já estão na comida industrializada, que ele faz questão de destacar: “Ainda é muito boa para o animal”, Gioso também aponta uma outra oportunidade estratégica: o veterinário como curador da dieta, e não apenas como prescritor de produtos.
Nesse contexto, o valor não está apenas no alimento em si, mas no conhecimento técnico, na personalização e na confiança construída com o tutor. Para o gestor, investir em nutrição estratégica significa menos competir por preço e mais ocupar um espaço de autoridade em decisões complexas de saúde e bem-estar.
3. Sustentabilidade e economia operacional: reduzir custos para sustentar margens
Resumo: No mercado pet brasileiro, a sustentabilidade ganha relevância quando está associada à redução de custos, eficiência operacional e melhoria da gestão de recursos.
No mercado pet brasileiro, a sustentabilidade só se consolida como estratégia quando está diretamente ligada à economia operacional. Em 2026, iniciativas ambientais que não reduzem custos ou não geram eficiência tendem a ter baixo impacto na decisão de compra. Gioso é direto ao afirmar que, para o consumidor, o que realmente importa é o “preço total”.
Essa visão desloca a sustentabilidade do campo do discurso para o da gestão prática. Para clínicas, hospitais e pet shops, a pergunta central deixa de ser “como ser mais sustentável?” e passa a ser “como operar melhor, gastando menos, sem comprometer a experiência do cliente?”.
Gestão de energia e água: onde está o dinheiro
Entre as ações mais imediatas e eficazes, Gioso destaca o controle de recursos essenciais. Em operações com alto volume de atendimento, o consumo de energia e água representa uma parcela significativa dos custos. “Pet shop gasta muita energia e muita água”, observa o gestor.
A boa notícia é que esse movimento já está em curso. Segundo Gioso, há uma tendência nas empresas buscando soluções para otimizar esses recursos. Investimentos em eficiência energética e uso racional da água não apenas reduzem despesas, como aumentam a competitividade do negócio no médio prazo.
Materiais e embalagens: sustentabilidade com lógica econômica
Além da operação interna, a escolha de materiais também pode gerar impacto positivo. Gioso aponta uma tendência de retorno a embalagens que são “melhores para o objetivo reciclável”, como vidro e papel, que oferecem melhor aproveitamento na cadeia de reciclagem.
Aqui, o diferencial não está apenas na imagem sustentável, mas na coerência do processo. Adotar materiais mais recicláveis facilita a gestão de resíduos e pode reduzir custos logísticos e operacionais ao longo do tempo.
Logística reversa e refis: uma inovação possível no setor veterinário
Entre as propostas mais inovadoras levantadas por Gioso está a adoção da logística reversa para resíduos clínicos. Ele questiona o descarte tradicional de frascos de vacinas, anestésicos e outros fármacos, geralmente feitos de vidro, que acabam no lixo após o uso.
A provocação é direta: “Que tal a indústria fazer logística reversa? E se pudermos devolver para a indústria todos os vidros, todos os frascos?”. A implementação desse modelo permitiria fechar o ciclo de reutilização, reduzir resíduos e criar um novo padrão de responsabilidade ambiental no setor.
Outra frente prática apontada por Gioso é o uso de refis, destacando soluções simples que diminuem o descarte de embalagens e, ao mesmo tempo, reduzem custos de reposição.
Essa sustentabilidade defendida por Gioso passa pela eficiência operacional e pelo controle de custos. Com todas as funcionalidades de gestão financeira, presentes no SimplesVet, o gestor consegue visualizar despesas, receitas e rentabilidade por serviço, apoiando decisões mais conscientes sobre consumo de recursos, investimentos e ajustes operacionais. Assim, sustentabilidade deixa de ser discurso e passa a ser resultado de uma gestão mais inteligente.
4. Banho e Tosa como diferencial de marca: do serviço operacional ao produto premium
Resumo: Em 2026, o banho e tosa deixa de ser apenas um serviço operacional e passa a atuar como diferencial de marca quando integrado a experiências premium e modelos de fidelização.
Tradicionalmente tratado como um serviço básico e altamente competitivo em preço, o banho e tosa ganha um novo papel estratégico em 2026.
Mais do que uma fonte direta de faturamento, ele passa a funcionar como alavanca de fidelização, percepção de valor e diferenciação de marca — especialmente quando integrado a planos recorrentes de saúde e bem-estar.
Banho como benefício em planos recorrentes
A principal mudança para 2026 pode estar na forma de comercialização deste serviço. Em vez de vender o banho como um serviço avulso, Gioso exemplifica o uso desse produto como incentivo dentro de assinaturas anuais.

No hospital do gestor, o cliente que adere a um plano de um ano passa a receber vantagens exclusivas: “O cliente ganha um produto premium. Ele passa a ter um banho que conta com um produto top de linha”.
Essa estratégia transforma um serviço recorrente e operacional em um benefício percebido, reforçando o valor do plano e incentivando a fidelização de clientes de maior poder aquisitivo.
Para que o banho e tosa deixe de ser um serviço comparável apenas por preço, ele precisa estar inserido em uma oferta clara e bem organizada. Com a funcionalidade de Pacotes, do SimplesVet, pet shops e clínicas conseguem estruturar categorias de serviços e produtos, integrar o banho e tosa a propostas de maior valor e dar consistência à experiência entregue ao tutor.
Experiência e entorno: onde o valor real é construído
Para que o cliente aceite pagar mais por um banho e tosa premium, o produto em si não é suficiente. Gioso reforça que o valor está no “entorno do produto”, como já destacamos mais acima.
A percepção de qualidade envolve desde a chegada ao estabelecimento até o contato com a equipe: estacionamento, recepção, ambiente, organização e apresentação dos profissionais.
“O que vale não é só o produto”, reforça Gioso. Quando o cliente percebe esse cuidado em cada detalhe, ele paga mais. No banho e tosa, isso se traduz em ambientes mais confortáveis, atendimento mais humanizado e uma comunicação clara sobre o que torna aquele serviço diferente.
No final, as tendências do mercado pet para 2026 deixam uma mensagem clara: crescer não será sobre fazer mais, mas sobre fazer melhor. A leitura de Gioso aponta para um setor cada vez mais seletivo, onde margem, recorrência e percepção de valor se tornam mais importantes do que volume e disputa por preço.

O ponto de conexão entre todas as tendências que apresentamos aqui é a gestão. Sem organização de processos, visão estratégica e controle da operação, nenhuma dessas iniciativas se sustenta no longo prazo.
É nesse contexto que o SimplesVet, sistema de gestão veterinária que acompanha de perto a evolução do setor, se posiciona como aliada dos gestores que buscam transformar estratégia em execução, dados em decisão e tendência em resultado concreto.
Em 2026, o mercado não vai premiar quem tenta atender todo mundo, mas quem entende claramente quem quer atender, como quer ser percebido e onde quer gerar valor. Por isso, considere experimentar o SimplesVet por 7 dias e alavancar ainda mais sua gestão pet.
Perguntas Frequentes sobre as Tendências do Mercado Pet 2026
Quais são as principais tendências do mercado pet para 2026?
Premiunização com foco em recorrência, prevenção em saúde, nutrição estratégica de nicho, sustentabilidade ligada à eficiência operacional e serviços reposicionados como experiência e diferencial de marca.
A premiunização no mercado pet significa atender apenas clientes de alta renda?
Não. A premiunização está ligada à percepção de valor e à experiência entregue, e não apenas ao perfil de renda do tutor.
Como a alimentação natural e funcional se encaixa nas tendências do mercado pet para 2026?
Ela se consolida como uma tendência impulsionada pela humanização dos pets e pela busca por dietas mais personalizadas, atuando principalmente como serviço de nicho e alto valor agregado.
Qual o papel da sustentabilidade no mercado pet brasileiro?
A sustentabilidade ganha relevância quando está associada à redução de custos, eficiência operacional e melhoria da gestão.
Como o banho e tosa pode deixar de ser um serviço básico?
Ao ser integrado a pacotes, categorias de serviços e experiências premium, deixando de competir apenas por preço.
Como clínicas, hospitais e pet shops podem se preparar para essas tendências?
Com decisões estratégicas claras, processos organizados e apoio de tecnologia de gestão, como a SimplesVet, para transformar estratégia em execução.